“Todos as doentes com cancro do ovário eram tratadas com a mesma terapêutica independentemente do tipo histológico de tumor, e sem qualquer biomarcador específico”, referiu o oncologista. Esta realidade mudou em 2005 com o primeiro inibidor da PARP (olaparib) a entrar num ensaio clínico em doentes com cancro do ovário com mutação BRCA.
Após o primeiro estudo, mais ensaios clínicos foram realizados em doentes de cancro do ovário com mutações BRCA, e é neste sentido que o oncologista apresentou resultados de dois ensaios clínicos.
Os primeiros resultados do ensaio clínico, SOLO1, resultaram de um follow up a sete anos em que as doentes com cancro do ovário avançado receberam olaparib como terapêutica. Os resultados apresentados a sete anos de follow up indicaram um benefício clínico em termos de OS nos doentes que mantiveram olaparib como terapêutica. Referiu também que a percentagem de doentes que precisaram de tratamento subsequente foi também menor no braço do olaparib. No entanto, 55% de todas as doentes deste ensaio necessitaram de quimioterapia após interrupção do tratamento, pelo que importa avaliar “se todas as mutações BRCA são iguais”, mencionou o Dr. Jonhatan Ledermann.
Os resultados finais de OS do ensaio de fase III, PAOLA-1, da combinação terapêutica de olaparib e bevacizumab em doentes diagnosticados com cancro do ovário foram também apresentados. Nos doentes positivos para deficiência na recombinação homologa (HRD+), e tratados com olaparib e bevacizumab, verificou-se uma redução de cerca de 38% do risco de morte e cuja tendência se mantém por cinco anos. Os doentes HRD+ incluíram os doentes BRCA mutados e os wild type BRCA. Os dados updated de PFS apresentados mostraram uma diminuição de 59% do risco de progressão de doença ou de morte no braço de olaparib com bevacizumab quando comparado com monoterapia de bevacizumab.
Em termos de segurança, os dados apresentados de follow up mais longo foram muito semelhantes aos resultados primários de cada um dos ensaios. Como tal, suportaram a segurança na terapêutica de olaparib ou olaparib combinado com bevacizumab nos respetivos contextos da doença de cancro do ovário avaliados.