O oncologista destacou uma análise do ensaio clínico STAMPEED. Este ensaio clínico “comparou a adição de enzalutamida a abiraterona com abiraterona em monoterapia em doentes com cancro da próstata sensível à castração, não se verificando benefício estatisticamente significativo com esta adição/intensificação terapêutica, resultando somente num aumento de toxicidade”, refere o Dr. André Mansinho.
Mencionou também o ensaio clínico de fase III, PROpel, realizado em doentes com cancro da próstata metastático resistentes à castração. Neste ensaio avaliou-se a adição de um inibidor da PARP (olaparib) a abiraterona em 1ªlinha, independentemente do status de mutação BRCA ou de mutações nos genes da via de reparação de ADN por recombinação homóloga (HRR). “O ensaio foi positivo” resultando numa melhoria da sobrevivência livre de progressão radiológica (rPFS) em 35% dos doentes, resultando num aumento de oito meses em termos de rPFS.
O oncologista indicou os resultados do ensaio clínico de fase III, PRESTO, em doentes com elevado risco de recidiva bioquímica de cancro da próstata. Neste ensaio três tipos de combinações terapêuticas foram testados: terapêutica de privação androgénica (ADT); ADT combinado com apalutamida (APA) e ADT+APA+abiraterona com prednisoma (AAP). “Os resultados demostraram que a adição de APA a ADT ao longo de um ano melhorou a sobrevivência livre de progressão bioquímica (bPFS), sem comprometer o tempo de recuperação da testosterona”, remata o oncologista.
Ensaio clínico de fase III, ARASENS, em cancro da próstata metastático sensível à castração onde a combinação terapêutica darolumida, docetaxel e ADT foram testados comparativamente a placebo, docetaxel e ADT. Os resultados deste ensaio mostraram que “não existe deterioração da qualidade de vida ou da existência de eventos adversos com adição da darolumida”.
Finalizou referindo um estudo internacional multicêntrico e prospetivo no tipo de cancro raro, o tumor do pénis, e onde se testou terapêutica neoadjuvante em doentes com tumor localmente avançado (com doença ganglionar positiva). A maioria dos doentes recebeu esquema de quimioterapia TIP (Paclitaxel, ifosfamida e cisplatina), “em que se verificaram respostas parciais em cerca de 48,4% dos doentes e respostas completas em 7,5% dos doentes. “Em resumo este trabalho mostrou que a terapêutica neoadjuvante é eficaz e que deve ser utilizada nestes doentes”, conclui o oncologista.