A oncologista, na área do cancro da cabeça e pescoço, destacou o ensaio apresentado em sessão presidencial. O ensaio clínico de fase III, KEYNOTE-412, em cancro da cabeça e pescoço localmente avançado testou a combinação terapêutica de pembrolizumab e radioquimioterapia comparativamente a radioquimioterapia. Os resultados no braço do pembrolizumab combinado com radioquimioterapia não mostrou melhorias estatisticamente significativas no endpoint primário (sobrevivência livre de eventos). No entanto, a oncologista expõe que “na análise de subgrupos, nos doentes com expressão de PD-L1 superior a 20% houve uma diferença maior que na população geral de doentes do ensaio”, demostrando a sua possível eficácia em grupos de doentes previamente selecionados.
Referiu também dois ensaios em novos conjugados anticorpo-fármaco (ADC), em doentes multitratados em várias doenças oncológicas. Ambos os ensaios mostraram tolerância aceitável aos ADCs, com taxas de controlo da doença em ambos os ensaios superiores a 70%. “Os ADC vieram para ficar”, remata a Dr.ª Ana Joaquim.
Finalizou com estudo apresentados relativamente à possível importância do exercício físico em doentes de cancro. Um dos estudos, em forma de questionário, destacou a pouca disponibilidade de programas específicos para o doente oncológico. O segundo estudo, um ensaio clínico randomizado em doentes com quimioterapia neurotóxica, potencialmente causadora de neuropatia periférica, demonstrou que “nos doentes que aderiram em mais de 2/3 das sessões se verificaram melhorias em termos de fadiga e uma tendência positiva na qualidade do sono”. “Como mensagem, nós os oncologistas, aconselhamos os doentes a se manterem fisicamente ativos uma vez que tem benefício em vários outcomes já demonstrados”, concluiu a médica.