Para o cancro da mama triplo negativo (CMTN) precoce, os resultados apresentados no impacto do pembrolizumab adjuvante a curto prazo (seis meses) na qualidade de vida (QdV) dos doentes. Em resumo, “o impacto existe, mas é mínimo.” Realça, no entanto, ser necessário um follow up maior, principalmente devido aos problemas de toxicidade mais tardios associados a terapêuticas com inibidores dependentes das cinases (iCDK).
Mencionou um estudo do International Breast Cancer Study Group (IBCSG) que avaliou quimioterapia de manutenção CM metronómica adjuvante nos diferentes subtipos de CMTN durante um ano. Os resultados mostraram que “no subtipo de CMTN imunomodelatório há um benefício potencial neste tipo de terapêutica, contrastando com o CMTN subtipo mesenquimal em que existe um potencial negativo na utilização desta quimioterapia”. Os dados precisam de uma maior validação, mas com todos os que temos acesso “podemos começar a fazer um tailoring do tratamento adjuvante no CMTN representando um avanço considerável pra quem tinha muito pouco”, conclui a oncologista.
No cancro da mama RH+/HER2-, destacou os estudos clínicos ADAPT e ADAPTcycle com benefício principalmente em doentes pré-menopáusicas. “Estes estudos alemães dão hormonoterapia (HT) pré-operatória ao longo de duas semanas, e os resultados desta HT bem como dos resultados genómicos permitem uma melhor seleção dos doentes que irão precisar de quimioterapia”. Esta abordagem “não é cara e ajuda imenso na prática clínica”, remata a Dr.ª Fátima Cardoso.
Destacou também os resultados a longo prazo do estudo clínico DATA, de terapêutica de manutenção adjuvante em doentes pós-menopáusica. Em conclusão” nem todas as doentes precisam de fazer mais de cinco anos de HT, mas doentes com alto risco de recidiva beneficiam da extensão terapêutica para além dos cinco anos”.
Por fim, os resultados de follow up de 15 anos do estudo apresentado com quimioterapia dose-dense. Os resultados demonstraram claramente o não benefício de utilizar o 5-FU em cancro HER2- precoce”. Neste ensaio o benefício de sobrevida observado foi com a terapêutica dose dense, que se torna maior com um maior risco associado, por exemplo nos casos de CMTN gânglios positivos”. É uma abordagem monetariamente elevada, no entanto “é claramente um investimento que vale a pena”, remata a oncologista.