Relativamente ao carcinoma de células renais referiu os resultados do ensaio clínico Keynote 564, em que terapêutica de “pembrolizumab adjuvante foi testada em doentes com risco de recidiva”. Os resultados mostraram um claro benefício em termos de “sobrevivência livre de progressão (DFS) e provavelmente mostrará um benefício em termos de sobrevivência global, o que levou à sua aprovação em contexto adjuvante”, refere o Dr. Pedro Barata.
Prossegue referindo três ensaios clínico de fase III, que testaram terapêuticas como atelolizumab versus placebo, ou nivolumab num contexto pré e pós-operatório e finalmente no ensaio CheckMate 920, no coorte de doentes tratados com um ipilumab e nivolumab (CHECKMATE 920). Infelizmente, os resultados apresentados foram todos negativos, e “de facto, inesperados e podem representar uma pausa no que respeita ao tratamento adjuvante” para refletirmos sobre estes dados, bem como nas possíveis causas para estes resultados.
Em doentes sem tratamento prévio com carcinoma de células renais avançado ou metastático referiu o estudo clínico COSMIC 313 que combinou terapêutica de nivolumab com ipilumab. Os resultados foram positivos em termos de endpoint primário de progressão livre de doença. No entanto, “foram um pouco desanimadores, pelo que teremos que aguardar pelos resultados de sobrevivência global, uma vez que para já não me parece que os dados sejam suficientemente robustos para a utilização deste fármaco na prática clínica”, refere o oncologista.
Num contexto de carcinoma de células renais avançado ou metastático salientou também o ensaio clínico Pivot09, em que se estudou a terapêutica bempegaldesleukin (IL-2 pegilada) em combinação com inibidor da tirosina cinase à escolha do investigador (sunitinib ou caboxantinib). “Mais uma vez os resultados apresentados foram negativos, mas aguardemos pelo esclarecimento que virá da análise de biomarcadores”, remata o oncologista.
Para doentes com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático, referiu o estudo IMvigor130. Neste estudo clínico os doentes foram randomizados para receberem atezolizumab combinado com quimioterapia de platinas, ou monoterapia de atezolizumab ou placebo combinado com quimioterapia à base de platinas. Os resultados apresentados basearam-se na validação da análise de PD-L1 por 2 dois métodos (Ventana SP142 e DAK0 22C3). Esta análise apresentada mostrou que “o teste Ventana SP142 é melhor a predizer a resposta à imunoterapia com atezolizumab”, rematou o Dr. Pedro Barata.
Finalizou com os resultados do estudo de fase III, JAVELIN 100, em doentes com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático.” Este ensaio estabeleceu o uso de avelumab como standard of care”. O ensaio estudou as várias conformações de cromatina, em amostras de sangue periférico, e como estas podem estar associadas a diferentes outcomes. Neste contexto, “acredito que num futuro passaremos a ter uma pré-seleção molecular/genética de doentes, antes de oferecermos terapêutica em que somente se analisa características da doença e características clínicas”, concluiu o oncologista.