Resultados a cinco anos de pembrolimuzab para HNSCC recorrente ou metastático suportam uso em 1.ª linha em monoterapia ou em combinação com quimioterapia

"Pembrolizumab with or without chemotherapy for first-line treatment of recurrent/metastatic (R/M) head and neck squamous cell carcinoma (HNSCC): 5-year results from KEYNOTE-048" foi o estudo apresentado pelo Prof. Doutor Makoto Tahara, na sessão de comunicações orais, em cancro da cabeça e pescoço, no dia 9. O diretor do departamento de Oncologia Médica da cabeça e pescoço do National Cancer Center Hospital East, Kashiwa, Japão afirmou que os resultados obtidos após o follow-up de 5 anos demonstraram que "o uso de pembrolizumab em monoterapia ou em combinação com quimioterapia como primeira linha de tratamento continua a apontar para um benefício clínico nos doentes com carcinoma de células escamosas da cabeça e pescoço (HNSCC) recorrente ou metastático independentemente do estado de PD-L1". Analisando estes dados, o especialista considerou que os resultados "suportam o uso de pembrolizumab com e sem quimioterapia como tratamento de primeira linha dos doentes com HNSCC recorrente ou metastático". O orador iniciou a sua comunicação com uma breve descrição do estudo KEYNOTE-048 que teve como principal objetivo averiguar o efeito de diferentes regimes terapêuticos como tratamento de primeira linha para HNSCC, após um follow-up de 5 anos. Este estudo envolveu 882 participantes com HNSCC (orofaringe, cavidade oral, hipofaringe ou laringe) recorrente ou metastático tendo sido comparado o efeito do uso de pembrolizumab (monoterapia) versus pembrolizumab em combinação com quimioterapia (Cisplatin+Carboplatin+5-FU) versus cetuximab com quimioterapia (grupo controlo). Foram estabelecidos como endpoints primários a taxa de sobrevivência global (OS) e a sobrevivência livre de progressão (PFS), como endpoints secundários a taxa global de resposta (ORR) e a segurança e, por último, como endpoint exploratório, a duração da resposta (DOR). Relativamente à população total, os resultados do follow-up de 5 anos demonstraram uma resposta mais sustentada com benefícios a longo termo nos doentes tratados com pembrolizumab com e sem quimioterapia em comparação com o grupo controlo, tendo estes resultados sido consistentes com os obtidos anteriormente (follow-up de 4 anos). Em termos globais, foi verificada uma maior taxa de OS nos doentes sujeitos ao tratamento com pembrolizumab com e sem quimioterapia. Segundo o orador, após o follow-up de 5 anos, a taxa de OS correspondente ao uso de pembrolizumab versus controlo foi de 14.4% e 6.5%, respetivamente. Nos doentes tratados com pembrolizumab em combinação com quimioterapia versus o grupo controlo a taxa de OS foi de 16.0% e 5.2% respetivamente. Comparativamente com a população total, a população PD-L1 com CPS ≥ 1 tratada com pembrolizumab ou pembrolizumab com quimioterapia experienciou maior probabilidade de sobrevivência. Neste caso, os doentes com CPS ≥ 1 tratados com pembrolizumab demonstraram uma taxa de OS de 15.4% versus 5.5% (controlo) enquanto que os doentes tratados com pembrolizumab e quimioterapia demonstraram uma OS de 18.2% versus 4.3% (controlo). Segundo o Prof. Doutor Makoto Tahara, "a maior taxa de OS foi observada na população PD-L1 com CPS ≥20". Os resultados demonstraram que nestes doentes o tratamento com pembrolizumab versus controlo resultou numa OS de 19.9% e 7.4%, respetivamente, enquanto que o tratamento com pembrolizumab com quimioterapia resultou numa OS de 23.9% versus 6.4% (controlo). No decorrer da palestra, o especialista salientou ainda que tanto na população total como na população CPS ≥20, os doentes tratados com pembrolizumab com e sem quimioterapia tiveram maior probabilidade de sobrevivência livre de progressão da doença (maior PFS) em comparação com o grupo controlo. Adicionalmente, na população CPS ≥1 não foram observadas diferenças significativas na PFS no uso de pembrolizumab com e sem quimioterapia. Outro dado importante foi o facto de que cerca de 10% dos doentes que receberam pembrolizumab com e sem quimioterapia permaneceram livres de progressão durante, pelo menos, 16 meses, o que sugere que "o uso de pembrolizumab em monoterapia ou combinação com quimioterapia tem importantes benefícios na sobrevivência destes doentes". Relativamente à ORR e DOR na população total após o follow-up de 5 anos, os resultados foram consistentes com os observados previamente. Notavelmente, o tratamento com pembrolizumab em monoterapia (mediana, DOR=22.6 meses) ou em combinação com quimioterapia (mediana, DOR=6.7 meses) estendeu a duração da resposta relativamente ao controlo (mediana, DOR= 4.5 e 4.3 meses, respetivamente). No que diz respeito às populações PD-L1com CPS ≥1 e CPS ≥20, ambos os parâmetros foram consistentes com os dados obtidos anteriormente. Também a segurança, avaliada pelo relato de possíveis efeitos adversos relacionados com a terapêutica, foi consistente com dados anteriores.

Resultados a cinco anos de pembrolimuzab para HNSCC recorrente ou metastático suportam uso em 1.ª linha em monoterapia ou em combinação com quimioterapia

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